Princípios Essenciais
da Aliança de Evangélicos Presbiterianos (ECO)

Os presbiterianos têm duas opiniões sobre os princípios essenciais. Reconhecemos que, assim como existem algumas verdades centrais e fundamentais do evangelho afirmadas por cristãos em todos os lugares, também existem entendimentos particulares do evangelho que definem a tradição presbiteriana e reformada. Todos os cristãos devem afirmar os mistérios centrais da fé, e todos aqueles que são chamados para ministérios ordenados em uma igreja presbiteriana também devem afirmar os princípios essenciais da tradição reformada. Reconhecendo o perigo de reduzir a verdade do evangelho a proposições que exigem consentimento, também reconhecemos que quando o essencial se torna uma questão principalmente de discernimento individual e afirmação local, eles perdem todo o poder de nos unir em missão e ministério comuns.
Princípios essenciais estão ligados ao ensino das confissões como exposições confiáveis das Escrituras. Os princípios essenciais exigem explicação, não como outra confissão, mas como indicadores indispensáveis de convicções confessionais sobre o que a Escritura nos leva a crer e fazer. Princípios essenciais não substituem as confissões, mas testemunham o núcleo comum das confissões. Este documento pretende, portanto, não ser uma nova confissão, mas um guia para a exploração corporativa e o compromisso com os grandes temas das Escrituras e com as confissões reformadas históricas que apresentam esses temas.
O grande propósito para o qual cada vida humana é atraída é glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre. Cada membro da igreja glorifica a Deus ao reconhecer e nomear Sua glória, que é a manifestação e revelação de Sua própria natureza. Cada membro da igreja desfruta de Deus por estar tão unido a Cristo pelo poder do Espírito Santo que se torna participante dessa natureza divina, transformado de um grau de glória a outro e escoltado por Cristo na amorosa comunhão da Trindade. Portanto, confessamos nossa fé não como uma questão de assentimento intelectual desapaixonado, mas como um ato pelo qual damos glória a Deus e anunciamos nossa participação no corpo de Cristo. Confiamos que, quando a glória de Deus for tão exaltada e quando Sua natureza for manifestada na vida do corpo, a igreja será uma luz que atrai pessoas de todas as tribos, línguas e nações para se reconciliarem com Deus.
I. A Palavra de Deus: A Autoridade para Nossa Confissão
A declaração mais clara da glória de Deus é encontrada em Sua Palavra, tanto encarnada quanto escrita. O Filho procede eternamente do Pai como Seu Verbo, a expressão plena da natureza do Pai, e desde que na encarnação o Verbo se tornou carne, todos os tesouros de sabedoria e conhecimento são oferecidos a Seus discípulos. A Palavra escrita nos concede esses tesouros, proclama o evangelho salvador de Jesus Cristo e graciosamente ensina tudo o que é necessário para a fé e a vida. Glorificamos a Deus reconhecendo e recebendo Sua auto-revelação autorizada, tanto nas Escrituras infalíveis do Antigo e do Novo Testamento quanto na encarnação de Deus Filho. Afirmamos que o mesmo Espírito Santo que cobriu a virgem Maria também inspirou a escrita e preservação das Escrituras. O Espírito Santo testifica da autoridade da Palavra de Deus e ilumina nossos corações e mentes para que possamos receber as Escrituras e o próprio Cristo corretamente.
Confessamos que somente Deus é o Senhor da consciência, mas esta liberdade tem o propósito de permitir que estejamos sempre e principalmente sujeitos à Palavra de Deus. O Espírito nunca levará nossa consciência a conclusões que estejam em desacordo com as Escrituras que Ele inspirou. A revelação da Palavra encarnada não minimiza, qualifica ou anula a autoridade da Palavra escrita. Estamos felizes por nos confessarmos cativos da Palavra de Deus, não apenas individualmente, mas também como membros de uma comunidade de fé, que se estende através do tempo e ao redor do globo. Em particular, afirmamos a autoridade secundária dos seguintes Padrões Confessionais da ECO como exposições fiéis da Palavra de Deus: Credo Niceno, Credo dos Apóstolos, Catecismo de Heidelberg, Confissão de Westminster, Catecismo Breve de Westminster, Catecismo Maior de Westminster e a Declaração Teológica de Barmen.
II. Trindade e Encarnação: Os Dois Mistérios Cristãos Centrais
A. Trindade
A natureza trina de Deus é o primeiro grande mistério da fé cristã. Com os cristãos em todos os lugares, adoramos o único Deus verdadeiro — Pai, Filho e Espírito Santo — que é uma essência e três pessoas. Deus é infinito, eterno, imutável, impassível e inefável. Ele não pode ser dividido contra Si mesmo, nem está se tornando mais do que já foi, uma vez que não há potencial ou vir a ser Nele. Ele é a fonte de toda bondade, toda verdade e toda beleza, de todo amor e toda vida, onipotente, onisciente e onipresente. As três pessoas são consubstanciais umas com as outras, sendo ambas coeternas e coiguais, de modo que não há três deuses, nem três partes de Deus, mas sim três pessoas dentro de uma Divindade. O Filho é gerado eternamente do Pai, e o Espírito procede eternamente do Pai e do Filho. Todas as três pessoas são dignas de adoração e louvor.
Deus não precisa de ninguém nem de nada além de Si mesmo. No entanto, na graça, esse Deus Triúno é o único Criador de todas as coisas. O ato contínuo da criação é ainda manifestado na graciosa soberania e providência de Deus, mantendo a existência do mundo e de todas as criaturas vivas para o bem de Sua própria glória. Ele é o Santo, a base de todo ser, cuja glória é tão grande que, para nós, vê-lo é morrer. No entanto, Ele fez a criação para refletir Sua glória e criou os seres humanos à Sua própria imagem, com um desejo único de conhecê-Lo e capacidade de relacionamento com Ele. Visto que nosso Deus é um fogo consumidor do qual nós, em nosso pecado, não podemos nos aproximar com segurança, Ele se aproximou de nós entrando em nossa humanidade em Jesus Cristo.
B. Encarnação
Este é o segundo grande mistério da fé cristã, afirmado por todos os cristãos em todos os lugares: que Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente humano. Quanto à Sua divindade, Ele é o Filho, a segunda pessoa da Trindade, sendo da mesma substância do Pai; quanto à Sua humanidade, Ele é como nós em todos os aspectos, exceto no pecado, de uma substância conosco, como nós por ter tanto uma alma humana quanto um corpo humano. Quanto à Sua divindade, Ele é gerado eternamente do Pai; quanto à Sua humanidade, Ele nasceu da virgem Maria, concebida pelo Espírito Santo. Quanto à Sua divindade, Sua glória enche o céu e a terra; quanto à Sua humanidade, Sua glória é mostrada na forma de um servo sofredor, mais claramente quando Ele é levantado na cruz em nosso lugar.
Confessamos o mistério de Suas duas naturezas, divina e humana, em uma pessoa. Rejeitamos qualquer compreensão da comunicação de atributos que deva resultar em uma mistura das duas naturezas de tal forma que Jesus Cristo não seja nem verdadeiramente Deus nem verdadeiramente humano. Insistimos em distinção suficiente entre as duas naturezas para preservar a verdade da encarnação, que Jesus Cristo é de fato Emanuel, Deus conosco, não aquele que costumava ser Deus, nem alguém que meramente foi enviado por Deus. Em vez disso, em Sua vinda vimos a glória de Deus, pois Jesus é a impressão exata do próprio ser de Deus e nele a plenitude de Deus se agradou em habitar. A divindade do Filho não é de forma alguma prejudicada, limitada ou alterada por Seu ato gracioso de assumir uma natureza humana, e que Sua verdadeira humanidade não é de forma alguma prejudicada por Sua divindade contínua. Este é um mistério que não podemos explicar, mas o afirmamos com alegria e confiança.
Este mistério da encarnação está em andamento, pois o Jesus ressuscitado, que foi enviado pelo Pai, agora ascendeu ao Pai em Seu corpo ressurreto e permanece verdadeiramente humano. Ele está corporalmente presente à direita do Pai. Quando nos é prometido que um dia O veremos face a face, reconhecemos que é o rosto de Jesus de Nazaré que um dia veremos. Aquele que, por nós e pela nossa salvação, nasceu de Maria, morreu no Calvário e caminhou com os discípulos para Emaús é o mesmo Jesus Cristo que agora ascendeu e que um dia voltará visivelmente em corpo para julgar os vivos e o morto.
Jesus prometeu a Seus discípulos que não os deixaria sem conforto quando subisse ao céu, mas pediria ao Pai que lhes enviasse o Espírito Santo como um consolador e advogado. Somos capazes de confessar Jesus Cristo como Senhor e Deus somente por meio da obra do Espírito Santo. Ele vem a nós como veio aos discípulos reunidos no Pentecostes: para acender a nossa fé, para encorajar o nosso testemunho e para nos acompanhar na missão.
III. Fundamentos da Tradição Reformada
A. A graça de Deus em Cristo
Deus declarou que o mundo que Ele criou era bom e que os seres humanos, feitos à Sua própria imagem, eram muito bons. O atual estado de desordem do mundo, no qual nós e todas as coisas estamos sujeitos à miséria e ao mal, não é obra de Deus, mas é resultado da rebelião livre e pecaminosa da humanidade contra a vontade de Deus. Deus criou os seres humanos do pó da terra e de Seu próprio sopro, para serem Suas imagens e representantes, condutos da graça de Deus para a criação. Desde a queda, nossa tendência natural é abusar e explorar a criação, preferindo o mal ao bem. Deus também criou os seres humanos para comunicar Sua graça e verdade uns aos outros, para serem auxiliares que se ajustam uns aos outros, para que nossos relacionamentos sociais fortaleçam nossa capacidade de servi-Lo e obedecê-Lo. Desde a queda, nossa tendência natural é nos envolvermos em relacionamentos de tirania e injustiça uns com os outros, nos quais o poder é usado não para proteger e servir, mas para rebaixar. Deus ainda criou os seres humanos com a capacidade de relacionamento com Ele, com Sua lei escrita em nossos corações para que tivéssemos a capacidade de adorá-Lo com amor e obedecê-Lo vivendo vidas santas. Desde a queda, nossa tendência natural é odiar a Deus e ao próximo, adorar ídolos de nossa própria criação, em vez do único Deus verdadeiro.
Como resultado do pecado, a vida humana é envenenada pela morte eterna. Nenhuma parte da vida humana é intocada pelo pecado. Nossos desejos não são mais guias confiáveis para o bem, e o que nos parece natural não corresponde mais aos desígnios de Deus. Não estamos apenas feridos em nosso pecado; estamos mortos, incapazes de nos salvar. Fora da iniciativa de Deus, a salvação não é possível para nós. Nossa única esperança é a graça de Deus. Descobrimos nas Escrituras que esta é uma grande esperança, pois nosso Deus é Aquele cuja misericórdia é de eternidade a eternidade.
Esta graça não termina quando nos voltamos para o pecado. Embora cada um de nós mereça a condenação eterna de Deus, o Filho eterno assumiu nossa natureza humana, unindo-se a nós em nossa miséria e oferecendo-se na cruz para nos libertar da escravidão da morte e do pecado. Jesus toma o nosso lugar tanto ao carregar o peso da condenação contra o nosso pecado na cruz quanto ao oferecer a Deus a obediência perfeita que a humanidade deve a Ele, mas não é mais capaz de dar. Toda a humanidade participa da queda no pecado. Aqueles que estão unidos pela fé com Jesus Cristo são totalmente perdoados de todos os nossos pecados, para que haja de fato uma nova criação. Somos declarados justificados, não por causa de qualquer bem que tenhamos feito, mas apenas por causa da graça de Deus estendida a nós em Jesus Cristo. Em união com Cristo pelo poder do Espírito, somos levados a uma relação correta com o Pai, que nos recebe como Seus filhos adotivos.
Jesus Cristo é o único Caminho para esta adoção, o único caminho pelo qual os pecadores se tornam filhos de Deus, pois Ele é o Filho unigênito, e é somente em união com Ele que o crente é capaz de conhecer a Deus como Pai. Somente em Jesus Cristo está a verdade sobre o Deus Triúno, plena e perfeitamente revelada, pois somente Ele é a Verdade, somente Ele viu o Pai e somente Ele pode dar a conhecer o Pai. Somente Jesus Cristo é a nova Vida que se oferece, pois Ele é o pão do céu e a fonte da água viva, aquele por quem todas as coisas foram feitas, em quem todas as coisas subsistem. A exclusividade dessas reivindicações estabelece que o amor de Deus não é impessoal, mas um amor particular e íntimo no qual cada filho individual de Deus é chamado pelo nome e conhecido como precioso; que o amor de Deus não é apenas aceitação, mas um amor transformador e eficaz no qual Sua imagem dentro de nós é restaurada para que sejamos capazes de uma vida santa.
B. Eleição para salvação e serviço
O chamado de Deus ao cristão individual não é apenas um convite que cada pessoa pode aceitar ou rejeitar por sua própria vontade. Tendo perdido o verdadeiro livre-arbítrio na queda, somos incapazes de nos voltar para Deus por nossa própria vontade. Deus nos escolhe para si em graça antes da fundação do mundo, não por mérito algum de nossa parte, mas apenas por causa de seu amor e misericórdia. Cada um de nós é escolhido em Cristo, que é designado eternamente para ser o cabeça do corpo dos eleitos, nosso irmão e nosso sumo sacerdote. Ele é osso dos nossos ossos, carne da nossa carne, nosso divino Ajudador que também é Noivo, compartilhando nossa natureza humana para que possamos ver a Sua glória. Nós, que O recebemos e cremos em Seu nome, não o fazemos por nossa própria vontade ou sabedoria, mas porque Sua glória nos compele irresistivelmente a nos voltarmos para Ele. Por meio de Seu chamado sedutor em nossas vidas, Jesus ilumina nossas mentes, abranda nossos corações e renova nossas vontades, restaurando a liberdade que perdemos na queda.
Somos todos pecadores que carecem da glória de Deus e todos nós merecemos o julgamento eterno de Deus. Separados da obra salvadora de Jesus Cristo, somos incapazes de estar na presença de Deus, incapazes de suportar o peso de Sua glória. Regozijamo-nos porque Jesus Cristo nos oferece salvo-conduto no coração do fogo consumidor e purificador de Deus, protegendo-nos com Sua humanidade perfeita e transformando-nos por Seu poder divino. Tendo recebido tal graça, estendemos a graça aos outros.
Não somos eleitos apenas para nosso próprio benefício. Deus reúne Sua comunidade de aliança para ser um instrumento de Seu propósito salvador. Por meio de Sua obra regeneradora e santificadora, o Espírito Santo nos concede fé e capacita a santidade, para que possamos ser testemunhas da graciosa presença de Deus para aqueles que estão perdidos. O Espírito nos reúne em uma comunidade construída e equipada para ser luz, sal e fermento no mundo. Cristo nos envia ao mundo para fazer discípulos de todas as nações, batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a obedecer a tudo o que Cristo nos ordenou. Estamos agora a serviço do plano de Deus para a plenitude dos tempos: unir todas as coisas no céu e na terra a Si mesmo. Para esse fim, pregamos a Cristo, chamando todas as pessoas ao arrependimento e à fé no evangelho. Também cuidamos do mundo natural, reivindicamos todas as áreas da cultura em nome de Jesus, servimos aos pobres, alimentamos os famintos, visitamos o prisioneiro e defendemos os desamparados. Fazemos este trabalho não pensando que somos capazes de introduzir o reino, mas na esperança confiante de que o reino de Deus certamente virá, um dia em que o sofrimento e a morte passarão e em que Deus viverá entre Seu povo.
C. Vida de aliança na igreja
Somos eleitos em Cristo para nos tornarmos membros da comunidade da nova aliança. Esta aliança, que o próprio Deus garante, nos une a Deus e uns aos outros. Já na criação, descobrimos que fomos feitos para viver em relacionamento com os outros, homem e mulher, criados juntos à imagem de Deus. Em Cristo, somos adotados na família de Deus e encontramos nossa nova identidade como irmãos e irmãs uns dos outros, pois agora compartilhamos um Pai. Nossa fé requer nossa participação ativa nessa comunidade de aliança.
Jesus ora para que Seus seguidores sejam todos um, e assim oramos e trabalhamos pela união da igreja em todo o mundo. Mesmo onde a unidade institucional não parece possível, estamos ligados a outros cristãos como nossos irmãos e irmãs. Em Cristo, o muro divisor de hostilidade criado por diferenças de nacionalidade, etnia, gênero, raça e idioma é derrubado. Deus criou as pessoas para que a rica variedade de Sua sabedoria pudesse ser refletida na rica variedade de seres humanos, e a igreja já deve começar a refletir a realidade escatológica de pessoas de todas as tribos, línguas e nações trazendo os tesouros de seus reinos na nova cidade de Deus.
Dentro da comunidade de aliança da igreja, a graça de Deus é estendida por meio da pregação da Palavra, da administração dos Sacramentos e da prática fiel da disciplina mútua. Primeiro, por obra do Espírito Santo, a palavra proclamada pode de fato tornar-se o discurso de Deus para nós. A obra iluminadora do Espírito é necessária tanto para quem prega quanto para quem ouve. Em segundo lugar, os Sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor são sinais que estão ligados às coisas significadas, selando para nós as promessas de Jesus. No Batismo de crianças, confessamos nossa confiança na graciosa iniciativa de Deus, que um bebê que não pode se voltar para Deus é, no entanto, reivindicado como membro da comunidade da aliança, um filho de Deus, purificado pela graça e selado pelo Espírito; no Batismo de adultos, confessamos nossa confiança de que a graça de Deus pode nos fazer novas criações em qualquer fase de nossas vidas. O batismo é um sinal e selo da aliança da graça, uma marca de entrada na igreja visível, e é o Espírito Santo que torna este sacramento eficaz no tempo de Deus para aqueles a quem Deus chamou. Na Ceia do Senhor, confessamos que, ao comermos o pão e compartilharmos o mesmo cálice, o Espírito nos une ao Cristo ascendido, para que Sua vida ressurreta nos alimente, fortaleça e transforme. Terceiro, a comunidade da Igreja pratica a disciplina para ajudar uns aos outros no caminho para uma nova vida, falando a verdade uns aos outros com amor, carregando os fardos uns dos outros e oferecendo uns aos outros a graça de Cristo.
D. Mordomia fiel de tudo na vida
Os ministérios da igreja refletem o ofício triplo de Cristo como profeta, sacerdote e rei — refletido nos ministérios ordenados da igreja de presbíteros docentes, diáconos e presbíteros regentes. Afirmamos que homens e mulheres são igualmente chamados para todos os ministérios da Igreja e que cada membro é chamado para participar de todos os ofícios de Cristo no mundo além da igreja. Todo cristão é chamado a uma vida profética, proclamando as boas novas ao mundo e colocando em prática essas boas novas. Todo cristão é chamado a estender o senhorio de Cristo a todos os cantos do mundo. E todo cristão é chamado a participar do trabalho sacerdotal e mediador de Cristo, compartilhando o sofrimento do mundo de maneiras que estendem a bênção de Deus e intercedem a Deus em nome do mundo. Somos equipados para participar desses ofícios pelo Espírito Santo, que nos conforma ao padrão de vida de Cristo.
Jesus nos ensina que devemos amar o Senhor nosso Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento. Não há parte da vida humana que esteja fora dos limites das reivindicações santificadoras de Deus. Rejeitamos a alegação de que qualquer tipo de amor se autojustifica; afirmamos que todas as nossas afeições e desejos devem ser colocados sob a autoridade de Deus. Rejeitamos a alegação de que as almas humanas não são afetadas pela queda e permanecem naturalmente inclinadas para Deus; afirmamos que a alma e o corpo devem ser limpos e purificados para amar a Deus adequadamente. Rejeitamos a alegação de que a vida da mente é independente da fé; afirmamos que, a menos que acreditemos, não podemos entender adequadamente nem Deus nem o mundo ao nosso redor. Historicamente, a tradição presbiteriana tem sido especialmente chamada a explorar o que é amar a Deus com toda a nossa mente, comprometendo-se com o projeto contínuo de educação cristã e estudo em todos os níveis da vida cristã.
E. Viver em obediência à Palavra de Deus
O progresso na santidade é uma resposta esperada de gratidão à graça de Deus, que é iniciada, sustentada e cumprida pela obra santificadora do Espírito Santo. A primeira resposta de gratidão é a oração, e a disciplina diária da oração — individual e conjunta — deve marcar a vida cristã. A vida de oração inclui louvor a Deus por Sua natureza e obras, confissão sincera de nossos pecados e intercessão pelas necessidades daqueles que conhecemos e pelas necessidades do mundo. Ao praticarmos a disciplina do auto-exame e da confissão regulares, somos especialmente guiados pelos Dez Mandamentos. Portanto, nos responsabilizamos mutuamente por:
1. Adorar somente a Deus, vivendo toda a vida para Sua glória, renunciando a toda idolatria e a todos os amores desmedidos que possam nos levar a confiar em qualquer outra ajuda;
2. Adorar a Deus com humildade, sendo reticente em descrever ou retratar Deus, reconhecendo que a adoração correta é melhor apoiada não por nossas próprias práticas inovadoras, mas por meio da pregação viva da Palavra e da fiel administração dos Sacramentos;
3. Eliminar da fala e do pensamento qualquer blasfêmia, irreverência ou impureza;
4. Observar o sabbat como dia de adoração e descanso, sendo fiel na reunião com o povo de Deus;
5. Honrar aqueles que têm autoridade sobre nós e praticar a submissão mútua dentro da comunidade da igreja;
6. Erradicar um espírito de raiva, ressentimento, insensibilidade, violência ou amargura e, em vez disso, cultivar um espírito de gentileza, bondade, paz e amor; reconhecer e honrar a imagem de Deus em cada ser humano desde a concepção até a morte natural.
7. Manter a castidade em pensamento e ação, sendo fiel dentro da aliança do casamento entre um homem e uma mulher conforme estabelecido por Deus na criação ou adotando uma vida celibatária conforme estabelecido por Jesus na nova aliança;
8. Exercer uma boa administração dos bens que nos foram dados, mostrando caridade para com os necessitados e oferecendo generoso apoio à Igreja e seus ministérios;
9. Perseguir a verdade, mesmo quando tal busca for custosa, e defender a verdade quando ela for desafiada, reconhecendo que a verdade é para o bem e que sua preservação é importante;
10. Resista à atração da inveja, ganância e aquisição e, em vez disso, cultive um espírito de contentamento com os dons que Deus nos deu. Em Jesus Cristo vemos a expressão perfeita da santa vontade de Deus para os seres humanos oferecidos a Deus em nosso lugar. Sua vida santa deve agora se tornar nossa vida santa. Em Cristo, a vontade de Deus está agora escrita em nossos corações, e esperamos o dia em que seremos tão confirmados em santidade que não seremos mais capazes de pecar. Como pioneiro e consumador da nossa fé, Jesus conduz-nos pelo caminho da vida rumo a esse objetivo, levando-nos a uma intimidade cada vez mais profunda com o Deus Trino, em cuja presença há plenitude de alegria.
Para acessar o quadro geral da Teologia da ECO acesse: https://www.theology-eco.org/